Quando Lewis Hamilton conquistou o que, para muitos era impossível, igualar o recorde de Michael Shumacher de sete títulos mundiais, o nome do piloto alemão voltou às manchetes mundiais.
Após sofrer lesões cerebrais num acidente de esqui em dezembro de 2013, Schumi tem o estado de saúde escondido pela família em sua casa na Suiça, desde então.
Cruel destino de um piloto que fez história, que encantou o mundo com suas manobras e que até a conquista de Hamilton, era insuperável.
Lembro bem quando noticiei o acidente. O mundo parou para acompanhar o desespero dos fãs e familiares a espera de um diagnóstico.
Como num roteiro de filme, Hamilton e Shumacher cruzaram os caminhos dentro e fora da Fórmula 1 ao longo dos anos.
Os heptacampeões chegaram a disputar uma etapa do Mundial de Kart bem antes da chegada do inglês à categoria, correram juntos por três temporadas, e um substituiu o outro na Mercedes.
Hamilton estreou na F1 em 2007, exatamente depois de Shumacher se aposentar pela primeira vez. Em 2010, o alemão resolver voltar a correr e escolheu a Mercedes, enquanto o inglês, já campeão mundial, seguia na McLaren. E curiosamente, quando Schumi parou de vez, Hamilton iniciou na Mercedes a fase mais vitoriosa da sua carreira.
Depois o que vem é história, regada de emoções, recordes batidos, muitas poles e tantos títulos conquistados.
Lewis Hamilton alcançou a grande marca que faltava e tem tudo para superá-la nos próximos anos.
Muitos criticam a família de Schumacher por esconder dos fãs o estado de saúde do piloto alemão.
Um homem que se desafiava nas pistas, artista, atleta, que parou de correr e depois voltou, que se alimentava da adrenalina, do amor a velocidade, que teve a vida paralisada por um acidente em outra pista, essa coberta de neve. Pista que traiu o exímio esquiador. Ironia da vida.
Como entender as fatalidades e aceita-las?
Vamos guardar os momentos na memória, compartilhar experiências e sempre lembrá-lo como o piloto grandioso que foi. E ainda é.
Porque Schumi ainda está entre nós, mesmo preservado.
O que sabemos é que ele vive em paz.
O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt tem visitado constantemente o heptacampeão mundial.
Todt, grande amigo do alemão desde os tempos em que dirigia a Ferrari, disse que Shumacher acompanha agora a jornada do filho, Mick, que deve estrear na Fórmula 1 em 2021 pela Hass.
Se ele tem essa lucidez de continuidade no filho, jamais saberemos.
O importante é que a história continua. Pede passagem.
O ciclo da vida e da morte se conversam na beleza do universo.
Não somos donos de nossos dias e muito menos do futuro.
Uma verdade é certa:
Ídolos são imbatíveis, invencíveis, ídolos não morrem, viram lenda.